Ato consumado
Poema de Antonio Miranda
A inversão dos corpos
aderente e paralela.
Luta aquiescente
na fricção geral dos corpos.
A equação do amor em nós:
Transpondo termos semelhantes.
Reduzindo-os, fundindo-os
em busca da raiz comum.
Dir-se-ia que das posições,
em rara e frêmita acrobacia,
a correspondência das formas
pela adjacência de seus ângulos.
Em progressão o ritmo
de posse e de domínio
na metamorfose geral
à síncope do amor em nós.
E a súbita ejaculação
como a excreção do amor,
pela consumação; gênesis
do amor em nossos corpos.
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